domingo, 7 de setembro de 2014

As coisas mudam...


Os dias com seus afazeres corriam 
em torno da moça que aturdida, 
tentava fazer com que dessetempo. 
Mas no redemoinho das folhas arrancadas 
do calendário, ela se perdia apressada, 
consumindo as palavras no silêncio 
das páginas em branco.
Mas nessa manhã, uma vontade de alegria 
entrou pela janela junto com os raios do sol, 
esquentado os pés e o coração da moça. 
E como há tempos não acontecia, 
sorrindo acordou menina e pulou da 
cama descalça, fazendo, com sua 
caixa de giz de cera, o tempo caber no 
mundo que escolheu recriar, 
afinal, "as coisas mudam no 
devagar depressa dos tempos.''

Guimaraes Rosa



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